No começo da minha caminhada cristã, logo aprendi a ter o chamado “tempo devocional”. Como toda nova convertida, ansiava estar mais perto do meu Senhor e aprender tudo que pudesse. Queria conhecê-Lo profundamente, ouvir sua voz falando claramente ao meu coração. Depois de algum tempo, fui para o seminário e lá, como em minha igreja local, éramos incentivados a investir no tempo a sós com Deus.
Poderia citar muitos momentos marcantes em que vi a direção do Senhor e ouvi Sua voz me guiando, mas um em especial, mudou minha vida. Era 19 de março de 2006, um domingo. Uma semana antes, fui pedida em namoro e um temor imenso invadiu meu coração. E se eu tomar a decisão errada? Corri para o Senhor e orei por dias buscando saber o que Ele pensava a respeito. E naquela manhã de domingo, ao acordar, fui tomada por uma paz tão grande que só podia pensar em Filipenses 4:7 “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus”. Naquela manhã, eu sabia o que Ele pensava a respeito. Brinco dizendo que foi como ver um outdoor na minha frente.
Durante esses 18 anos que se passaram desde meu encontro com Cristo, me recordo de muitas conversas que tivemos. Algumas foram na verdade monólogos com desabafos cheios de lágrimas e em outras o senti falando comigo tão claramente que parecia ouvir Sua voz audível: me consolando, me corrigindo, me mostrando o caminho a seguir, mesmo quando meus pés e meu coração queriam seguir na direção contrária.
Mas algumas vezes, deixei esse tempo tão precioso de conversa com o Pai porque estava “ocupada demais” com a rotina corrida do ministério, os cuidados com os filhos pequenos e a casa. E quanto menos tempo tinha com Ele, mais estressante era a rotina, mais impaciente e agitada eu ficava. Era um ciclo muito ruim para mim e para os que estavam a minha volta.
Fui lembrando de tudo isso depois de uma conversa com meu filho. Meu marido estava viajando e os dois menores estavam com uma virose muito forte, com todos os sintomas que requerem limpezas constantes pela casa. Percebi que meu filho não estava com os irmãos e quando perguntei a ele o que estava fazendo, fui surpreendida com a resposta: “Ué! Fui para o quarto orar para que eles melhorem. ” Fiquei muito feliz por ver que meu pequeno estava entendendo que, a qualquer momento, podemos falar com Deus sobre aquilo que preocupa nossos corações, porque Ele nos ouve.
“Pois, que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que o invocamos? ” Deuteronômio 4:7
Temos um Deus amoroso, presente e que se importa com todas as áreas de nossas vidas. Podemos nos achegar a Ele a qualquer momento e esse tempo a sós em oração e com a Palavra muda nossos corações, nossas atitudes e a maneira como vemos as coisas a nossa volta.
Hoje entendo quão importante é esse tempo. É mais do que um hábito ou parte de uma rotina. Preciso falar com o Senhor, conhecê-Lo, amá-Lo tão profundamente a ponto de responder a cada situação e pessoa como Ele responderia. Como anseio estar tão próxima do Senhor que minha mente e meu coração estejam focados nEle e não em minhas vontades ou circunstâncias. Assim como meu menino, quero me lembrar onde me refugiar quando meu mundo for abalado ou quando os que amo estiverem em dificuldades: no meu Senhor, meu auxílio, refúgio e fortaleza.
“Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade. Por isso não temeremos, ainda que a terra trema e os montes afundem no coração do mar, ainda que estrondem as suas águas turbulentas e os montes sejam sacudidos pela fúria. Há um rio cujos canais alegram a cidade de Deus, o Santo Lugar onde habita o Altíssimo. Deus nela está! Não será abalada! Deus vem em seu auxilio desde o romper da manhã. Nações se agitam, reinos se abalam; ele ergue a voz, e a terra se derrete. O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é a nossa torre segura. ” Salmo 46:1-7
Que possamos reconhecer diariamente a necessidade de investir em nosso relacionamento com o Senhor independentemente de quão agitados possam ser nossos dias. Que possamos declarar como o salmista:
“Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus? ” Salmo 42:1,2
Fotografia: Pixabay
Muito bom o artigo! Parabéns pela página!
CurtirCurtido por 1 pessoa
Obrigada querida!
CurtirCurtido por 1 pessoa
Só uma palavra sobre seu texto, Beth: SENSACIONAL!
CurtirCurtido por 1 pessoa
Uau! Muito obrigada pelo incentivo!
CurtirCurtir