Dias de Hardy?

Quando eu era criança, assistia a um desenho onde uma hiena vivia a reclamar de tudo que lhe acontecia. Quem já tem algumas décadas de vida vai se lembrar da hiena Hardy e seu bordão: “Eu sei que não vai dar certo… Oh, dia! Oh, céus! Oh, azar…”. Quem nunca teve um dia de Hardy, onde dá vontade de se arrastar resmungando com tudo e com todos? A minha versão do bordão provavelmente seria: “oh Deus, por que hoje? Por que comigo? ”

É interessante como isso pode se tornar uma prática comum em nossas vidas, se olharmos apenas para aquilo que nos acontece, nossos problemas e tribulações. Quando olhamos demais para nosso umbigo, a vida se torna um fardo para nós e para aqueles que estão a nossa volta.

Quem nunca ficou desanimado em estar perto de alguém que só reclama? Que vê a vida como um grande complô contra sua pessoa? É cansativo!  Com o tempo tendemos a evitar esse tipo de pessoa. O contrário também acontece. Como é bom estar ao lado de pessoas radiantes e alegres! É contagiante, animador e reconfortante. “ Seja a amabilidade de vocês conhecida por todos. Perto está o Senhor. ” (Filipenses 4:5). Quando não estamos contentes, nos tornamos geralmente murmuradores e nada amáveis.

Ah, o contentamento! Filipenses 4:4 é um texto tão conhecido no meio cristão: “ Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se! ” Mas, acreditem, não é muito fácil na prática! A palavrinha sempre torna essa ordem mais difícil, porém não impossível. Vemos isso na vida do apóstolo Paulo. Alguém que passou por todo tipo de tribulação e carregava consigo um espinho na carne que o fragilizava. Felizmente a resposta para viver assim, constantemente alegre, está logo ali, depois do mesmo sempre que parece dificultar as coisas, mas na verdade vem para nos mostrar a fonte de toda alegria: Cristo, nosso Senhor.

O contentamento, para mim, é uma decisão. Venho aprendendo isso com a vida de muitas pessoas que vi passando por dias difíceis, mas demonstraram uma alegria que impressionava quem estava por perto, e vi na prática que podemos decidir como encarar os problemas, dores e aflições.

Tempos atrás li uma ótima definição da palavra decisão: “ I. Ato de resolver ou determinar uma ação ou curso de uma ação, método, procedimento etc. II. Estado mental de ser decidido ou resolvido; firmeza de propósito”. Quando se trata de contentamento, é o que devemos fazer. É uma questão de decisão. Decidir ir contra a vontade de se prostrar e murmurar, e, acreditem, isso é possível!

Gosto muito do hino Sou feliz ou, Aflição e paz. Ele mostra o resultado da vida de alguém que sabe o que é decidir olhar para o Senhor em meio à turbulência que pode vir a qualquer momento.

“Se paz a mais doce me deres gozar

Se dor a mais forte sofrer

Oh! Seja o que for, tu me fazes saber

Que feliz com Jesus sempre sou!

Sou feliz com Jesus

Sou Feliz com Jesus, meu Senhor! ”

 

No hinário Hinos e Cânticos a letra é:

 

“Ou seja, o caminho de gozo e de luz,

Ou seja, com trevas de horror,

Por Cristo já tenho aprendido a dizer:

Tenho paz, doce paz no Senhor”.

 

E olhando a versão original em inglês temos:

“It is well with my soul, (está tudo bem com a minha alma)

It is well, it is well with my soul.” (está tudo bem, está tudo bem com a minha alma)

 

As três versões juntas são o reflexo de como viver plenamente. Uma plenitude que só é encontrada na pessoa de Cristo. Não que a vida em um mundo corrompido pelo pecado seja fácil. Mesmo depois que conhecemos o amor de Deus em Cristo, sofremos com as circunstâncias que nos abalam, com nosso corpo sujeito às mazelas e dores. Mas em Cristo ficará tudo bem, teremos paz e felicidade, mesmo nos dias de dor física, e, às vezes, emocional a que estamos sujeitos.

Confesso que às vezes me pego cedendo à dor e aí, as ondas parecem ser altas demais, o vento forte demais e meus joelhos fraquejam. Em dias assim, posso facilmente dar uma de Hardy e choramingar pelos cantos: “ Por que comigo? Por que eu? ” Mas então Ele me lembra: “Minha graça é suficiente a você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. (2 Coríntios 12:9). E então meus olhos se voltam para Ele, Aquele que traz alegria e estabilidade  emocional para qualquer dia, independentemente do quão angustiante ou desesperador seja.

Precisamos tirar os olhos das ondas que açoitam nossas vidas e olhar para Cristo. Ele é a chave para o verdadeiro contentamento, aquela alegria e paz que inundam nosso interior apesar da turbulência que ocorre no exterior.

 

Fotografia: Pixabay

Publicidade

2 comentários sobre “Dias de Hardy?

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s