Mesmo que você não acompanhe nenhum reality show, com certeza esbarrou em algum tuíte, post ou hashtag falando sobre uma polêmica participante que foi eliminada com recorde de rejeição na votação da semana. Tenho certeza disso porque eu mesma, que não assisto o programa, me vi num fogo cruzado de publicações contra e a favor da tal participante. Essa moça, cantora e apresentadora, era uma queridinha do círculo midiático por sua personalidade forte e autenticidade, por ter voz e opinião. Uma vez dentro da casa, vigiada por câmeras 24h, ela mostrou quem era de verdade e a audiência não gostou do que viu. Seus índices de popularidade despencaram e não foi absolutamente nenhuma surpresa saber que ela tinha sido eliminada. Fora da casa, assessorada por um excelente time de comunicação e marketing, ela explicou o que fez e por quê fez dentro do programa. Apesar de ter reassumido o controle da situação, o estrago já tinha sido feito.
Na mesma semana, acompanhei o caso da exclusão do verbete do Pastor Luiz Sayão da Wikipédia. Ao contrário do reality show, cuja repercussão acompanhei por livre e espontânea pressão (hello algoritmos!), esse caso eu acompanhei por iniciativa própria e com interesse pessoal. É quase certo que você tenha esbarrado no trabalho dele em algum momento. Se você usa a Bíblia versão NVI, a Bíblia de Estudo Esperança, ou a Bíblia 365, é possível que encontre o nome do Pastor Sayão em algumas das letrinhas miúdas das primeiras páginas. Se você pesquisa conteúdo de estudo bíblico na Internet, certamente o YouTube já te sugeriu algum dos milhares de estudos, pregações e entrevistas do Pastor Sayão sobre temas relacionados a ensino bíblico, História, Arqueologia, Hebraico, Teologia e Evangelismo, sem contar temas absolutamente relevantes para os dias atuais tais como os perigos da pornografia, finanças, saúde mental, autismo, dentre outros. Se você contar a quantidade de livros que ele publicou, por favor me atualize; contei 10, somente dos que li ou que tenho em minha biblioteca. Enfim, o Pastor Sayão é um dos maiores estudiosos e divulgadores da Bíblia no cenário atual brasileiro.
Conheço o Ministério do Pastor Sayão há mais de uma década e o conheço pessoalmente há cerca de 5 anos – ele é o meu pastor na IBNU. E uma das coisas que notei desde os primeiros dias em que fomos acolhidos na igreja é que enxerguei coerência entre o conteúdo de suas pregações e suas atitudes. Meu esposo, que já o conhecia há mais tempo e também conhecia seus filhos, confirmou minhas impressões. Conforme conheci outros membros da igreja, fui percebendo o que fazia do Ministério do Pastor Sayão um trabalho tão consolidado: a dedicação ao estudo e ensino da Bíblia, sua visão de usar a Internet para divulgação do Evangelho (quando a pandemia começou, os cultos online já eram rotina na igreja há quase uma década), seu bom testemunho e a coerência entre sua pregação e seu comportamento. Isso é o que eu chamo de reputação!
E então fui surpreendida com a notícia, de um jornal secular, sobre a exclusão do verbete dele na Wikipedia. A Wikipédia é uma enciclopédia colaborativa, ou seja, os conteúdos são construídos a várias mãos. Existe uma política de eliminação de conteúdo que lista 13 motivos pelos quais um verbete pode ser excluído. Não está claro como a página sobre o Pastor Sayão se enquadra em algum dos motivos listados. Circularam rumores de que Sayão não teria “notoriedade” nem “relevância” para figurar na Wikipédia. O teológo Paulo Won, estupefato, tuitou: “Se o pastor Luiz Sayão não tem “notoriedade” ou “relevância” dentro do contexto protestante no Brasil para estar na Wikipédia, não sei mais quem tem.”
Sem motivos claros para a exclusão do conteúdo, me resta concordar com uma única explicação – censura – e concordar com a Karíssima Monica Mesquita, que desabafou em seu texto: tá difícil falar, tá difícil opinar, tá difícil pensar! A menos que você se enquadre numa caixinha e diga o que é politicamente aceitável.
Mas, enfim, como comecei o texto falando de reputação, é com ela que gostaria de encerrar. Quando uma pessoa não vive o que prega, sua reputação é um desastre e só mesmo uma boa assessoria de imprensa e um media training cinco estrelas podem salvar sua imagem. É lamentável a censura a que o Pastor Sayão foi submetido e eu repudio completamente qualquer tipo de cerceamento de liberdades individuais (*). Mas não esqueço que boa reputação e ser estimado pelos outros vale mais do que grandes riquezas (Provérbios 22:1). Além disso, se a Wikipédia ou qualquer outro meio de comunicação acha que pode censurar a igreja, precisa saber que não pode apagar o bom testemunho que os cristãos verdadeiros dão com suas atitudes.
(*) Todas as opiniões desse texto são de caráter individual e expressam o posicionamento da autora e não do site Karíssimas.