Será que todas as pessoas precisam “viver um epitáfio”? Você já ouviu falar sobre essa palavra ou conceito? Talvez pela música tão conhecida da banda “Titãs”, que fala sobre tudo o que não foi feito em vida. Epitáfio é como uma frase ou verso pequeno colocado em lápides ou citados em funerais. A música dessa banda retrata pequenos “epitáfios”, pequenos versos, que dizem: “Devia ter amado mais, ter visto o sol se por… ” e etc. Está relacionado a algo sem esperança, afinal, a vida se foi, e o que devia ter sido feito, não o foi.
Será que, enquanto mulheres cristãs, devemos viver esse tipo de sentimento?
Temos uma composição de Salomão, em Eclesiastes 7, que diz “a casa que passa pelo luto é melhor do que a que está em festa”. Eu entendo que ele disse isso pelo fato de ser um momento em que pensamos no sentido da vida, do que ainda podemos vir a fazer. Parece que é melhor estar perto da realidade do que iludir-se com a casa cheia de “amigos”, que dizem ser pra sempre, mas um para sempre condicionado ao que você pode oferecer (foi escrito há tanto tempo, mas é tão próximo do nosso hoje…)
Pensar na finitude da vida também nos faz ter o “pé no chão”, de que as consequências estão muito próximas de minhas escolhas. Toda ação tem uma reação.
Quando vi o tema desse mês, logo pensei em listar “10 coisas que teria feito diferente se pudesse voltar atrás”. Nossa mente é viciada com esses tipos de ideias, inspirados em artigos de internet. Quem nunca clicou em algo assim? De algum famoso, de algum autor que gosta? Só que ao mesmo tempo em que pensei nisso, veio a intervenção do meu incrível amigo Emanuel, o Deus conosco, e Ele me fez pensar: “como cristã, como minha filha, porque não pensar em listar coisas que faria de novo, pois têm dado certo me obedecer!?”
Já conheci tantas amigas e colegas na adolescência/juventude que viviam eternos “e se…”. E se… eu tivesse feito faculdade antes de vir pro Seminário? E se… eu tivesse tido mais tempo de casada antes de engravidar? E se tivesse esperado mais, será que me casaria melhor? E se … E quantos “e ses” vivemos, deixando de viver o hoje, que Deus ordena que vivamos! Quanta tristeza presenciei. Quantos “e ses” não me bloquearam!
O “e se” já passou. O que temos é: o que vou fazer com o que tenho hoje, a partir de agora? A Palavra de Deus nos ordena a olhar para trás para DEIXAR coisas, não para as ficar carregando. Cristo é quem veio para carregar nossos fardos. O apóstolo Paulo olha para o passado e não o ignora! Não finge que nada aconteceu! Mas, o usa em seu favor! Tem a consciência que, deixando-o, consegue seguir, olhando para frente, desviando-se dos erros já cometidos e olhando para Cristo. Nos Evangelhos encontramos a advertência de que não devemos agir como os que não creem em Deus como Pai, que se preocupam demasiadamente com o futuro e com o que não possuem, ou podem possuir por suas próprias finanças e suor, sem ser por meio d’Ele.
Isso me assusta, pois se os que não creem, como citados acima, vivem assim, o que quer dizer quando me pego vivendo assim?
Como filha, por que não decidir viver hoje, o hoje, plantando pequenas ações?
Vou listar aqui as bênçãos que estou colhendo, para que te incentivem a viver o novo de Deus e a confiar em Suas promessas! Obedecer não é algo antigo. Ainda é a melhor forma de poder viver um Epitáfio reverso.
Eu não me arrependo de:
“… ter convidado Jesus para morar no meu coração aos 5 anos de idade, com a tia Karen, no berçário da igreja” (hoje usaria outros termos, mas foi isso que fiz nessa idade).
“… ter passado toda minha adolescência na presença de Deus e aceitado sua correção quando necessária. Da parte d’Ele, sempre justa, mas nem sempre da parte dos homens. A injustiça dos homens não me fez desistir”.
“… ter consagrado minha vida ao ministério em tempo integral em um acampamento de jovens.”
“… ter cursado a faculdade que cursei e não ter desistido, mesmo sendo contra minhas crenças e valores”.
“… ter trabalhado duro e ter feito boas amizades e relacionamentos. A maturidade e experiência profissional me fizeram ver o que não me satisfazia na vida.”
“… ter ouvido os conselhos do meu pastor e da minha liderança sobre o tempo exato de deixar a vida secular e partir para o preparo ministerial.”
“… ter esperado um homem de Deus, com o mesmo propósito que eu, para namorar e casar, até os 27 anos”.
“… ter esperado a autorização e apoio de toda minha liderança espiritual e pais para namorar esse homem.”
“… ter esperado até o casamento para revelar a intimidade exclusivamente ao meu marido. Que linda a expectativa dele!”
“… ter engravidado dentro do casamento, com as bênçãos de Deus”.
“… parar para ver o nascer e o pôr do sol quando era possível, sozinha ou acompanhada”
Não sei em qual momento de sua vida você está. Mas, hoje, aos meus 32 anos, agradeço a Deus por essas conquistas, baseadas muito mais em valores que em bens. E com isso não quero dizer que não tenho problemas, ou que estou tentando me exaltar. Mas a minha intenção é te incentivar a crer que vale a pena obedecer, e que colher as bênçãos dessas decisões hoje, que me fizeram próspera, como a promessa de Salmo 1: 3 “tudo o que ela faz prospera”, se guio minhas escolhas de acordo com a Palavra.
É claro que fiz coisas que me arrependo, mas, como Paulo, olho para elas e vejo uma forma de crescimento, apesar delas.
Faça suas escolhas determinada a viver um Epitáfio reverso ao do mundo, que acredita que “o acaso vai te proteger quando andar distraída”. É fácil viver plantando qualquer coisa e esperar pelo “acaso”.
Peça sabedoria a Deus e tenha coragem de viver na contramão do nosso mundo, segurando e seguindo a poderosa mão de Deus, que vê o que está adiante e caminha conosco.
Se até agora você acha que errou, a esperança não é o “acaso”. Não deixe a “vida te levar”. Não está tudo perdido. Deus é um Deus perdoador e de novos começos e novas histórias. Somente em Suas mãos podemos escrever histórias refeitas em Cristo, que são lindas.
E é sobre isso que estou ansiosa para contar pra minha filha que está a caminho! Que ela é amada, por alguém perfeito e que nunca vai abandoná-la: Deus, seu Pai Celestial. Também espero, com minhas pequenas atitudes do dia-a-dia, ser instrumento que revela esse amor, sua justiça e a sua paternidade.
Que texto maravilhoso! Muito propício ao que estou vivendo, me abençoou muito.
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Amém! Que bom que foi edificante pra vc!
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É isso aí, Mônica! Novos começos e novas histórias!
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