A conversão de Kanye West

Pra começar, quero dizer que trabalho com moda e beleza, ou seja, acompanhar as tendências e dicas das celebridades faz parte da minha rotina diária e percebo que a indústria das celebridades/instagrammers/influencers tem muita importância no Brasil, mais do que em outros lugares do mundo. Apesar disso, achei curioso quando compartilhei a ideia deste texto no grupo das colaboradoras Karíssimas e ouvi “ué, mas quem é esse?”. Então, está tudo bem se você tiver que jogar alguns nomes no Google pra saber de quem estamos falando; contudo, se ainda assim você não quiser saber quem é essa turma toda, eu vou apresentá-los rapidamente. Mas fique até o fim pois Deus tem uma lição importante a nos ensinar.

O showbizz entrou em polvorosa há algumas semanas quando o premiado rapper norte-americano Kanye West apareceu de surpresa em alguns talk shows muito populares para lançar seu novo trabalho “Jesus is king” (“Jesus é Rei”) e dizer que ele agora é um cristão. Kanye é um artista muito popular porém super discreto, não tem redes sociais e administra com relativo sucesso as aparições ao lado de sua über-exibida esposa Kim Kardashian que tem 152 milhões (!) de seguidores no instagram.

Eu já tinha ouvido alguma coisa sobre a igreja do Kanye quando Brad Pitt, que no passado afirmou ter problemas com a religião, disse à imprensa ter participado de um culto a convite de Kanye e ter sentido “algo especial”. Cética que sou, a primeira coisa que me ocorreu é que Kanye ou estava promovendo um show-temático usando alegorias religiosas ou que estava lançando uma igreja nos moldes da cientologia, uma religião/filosofia super popular entre estrelas de Hollywood e que tem em Tom Cruise um ferrenho propagandista. Segui com meu ceticismo até assistir uma aparição surpresa de West no popular programa “Jimmy Kimmel Live” para falar do álbum “Jesus is King”  e contar como tinha sido seu processo de conversão. Quando perguntado “então a partir de agora você é um artista cristão?” ele respondeu “agora eu sou TODO CRISTÃO!”. Alguns dias depois, Kanye contou mais detalhes de sua conversão numa entrevista a James Corden (que depois eu descobri ser filho de missionários cristãos).

Tendo dado todo o pano de fundo do que inspirou este texto, eu voltei alguns anos quando uma patricinha chamada Paris Hilton apareceu na TV com uma Bíblia na mão. Eu estava num canto do sofá e meu pai no outro e, sabendo de toda a vida escandalosa da Paris, eu não hesitei em disparar meu julgamento: “vive aprontando e agora aparece de Bíblia na mão pra posar de santinha”. Meu pai não teve dó de mim e respondeu na hora: “então você não acredita que o Espírito Santo possa converter uma pessoa como ela?”. Eu poderia ter respondido com qualquer argumento (furado) “Claro que sim, ahm… é…. veja bem…” mas eu fiz a melhor coisa que podia naquele momento: fiquei quieta e aprendi uma lição.

Kanye West também está sendo bombardeado pelo ceticismo de pessoas que deveriam ser seus irmãos e irmãs e que, ao invés de apontarem dedos e julgarem (“ele está encenando”, “é jogada de marketing”) ou ainda esperarem pra ver a sua falha como cristão, deveriam orar por ele para que ele cresça espiritualmente e se fortaleça na fé e assim possa levar outros artistas da música, da TV e do cinema a conhecerem a Cristo e se entregarem a Ele.

Não digo nada disso como fã de Kanye ou de Kim ou de qualquer das celebridades mencionadas – porque eu não sou! – mas digo isso na condição de quem fica feliz em saber que alguém se converteu, alguém que conheceu Jesus de maneira pessoal, como eu O conheço, e que está caminhando lado a lado com Ele para uma vida eterna gloriosa e que pode fazer muita diferença numa indústria quase impermeável e à qual pouquíssimas pessoas tem acesso.

Mas… e se os céticos tiverem razão e a conversão de Kanye não for autêntica? Então a gente deve seguir fazendo o que a gente faz: continuar vivendo nossa vida com Cristo, “cuidando para que a gente não caia” (1Co 10:12), de maneira genuína, buscando conhecê-lo cada vez mais e obedecendo-o como servos fiéis e dedicados. Todos prestaremos contas a Deus tanto por nossas palavras como por nossas atitudes, então deveríamos nos preocupar mais em sermos intercessores e apoiadores de nossos irmãos do que julgadores e expectadores de falhas e quedas, lembrando o que escreveu Paulo aos crentes da igreja em Roma: “O Deus que concede perseverança e ânimo dê-lhes um espírito de unidade, segundo Cristo Jesus, para que com um só coração e uma só boca vocês glorifiquem ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma como Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus.” (Romanos 15:5-7 NVI).

Que a gente possa ver muito mais conversões de gente famosa – políticos, influenciadores, artistas – e de anônimos – gente comum, que sai de manhã para o trabalho e volta pra casa no fim do dia. Que seja glorificado em toda a terra o nome do nosso Salvador, “que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.” (Timóteo 2:4 NVI) .

 

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5 comentários sobre “A conversão de Kanye West

    • Oi Ana Paula! Eu também acredito no poder transformador do Evangelho…. mesmo que tenha aprendido depois de um comentário infeliz, como relatei no texto. No fim das contas, eu aprendi que não sou melhor do que a Paris Hilton nem do que qualquer outra pessoa. O mérito da Salvação é único e exclusivamente de Deus. Obrigada pelo seu comentário, bjo bjo!

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  1. Fiquei pensando em Paulo quando se tornou cristão. O contexto é bem diferente mas a “prova de fogo” é você ser um estranho no meio dos seus conhecidos, e, ao mesmo tempo, ser mau recebido por pessoas que você espera que te acolha. Oro que toda essa “bagunça” traga frutos que permaneçam.

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  2. Pingback: A conversão de Kanye West — – Seu alimento espiritual

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