Tão logo recebo o tema do mês, passo a meditar sobre o assunto, pesquisar textos e referências, orar a respeito e revirar minhas próprias experiências em busca de inspiração. Normalmente faço associações simples, diretas, porque é dessa maneira que meu cérebro funciona e, por conta disso, quase que automaticamente pensei no dia que encontrei meu marido pela primeira vez e comparei o antes e depois. Em apenas três anos eu passei de uma executiva de alto escalão, que viajava o mundo e lidava diariamente com gente espalhada por quatro continentes, para uma esposa dedicada a cuidar do marido, dona de casa e mamãe de cachorro. Se essa não é uma transformação e tanto, o que mais poderia ser?
Continuei, porém, fuçando na minha memória e lembrei que boa parte de quem eu sou hoje já estava – digamos assim – configurado na minha infância. Eu tinha sete anos de idade quando, a convite de uma vizinha, fui com meus irmãos e os filhos dela a uma Escola Bíblica Dominical (EBD). A Igreja Batista Praça da Árvore, naquela época, funcionava nas salas de aula de uma escola particular de modo que a igreja não tinha cara de igreja e isso me deixou muito à vontade. Lembro como se tivesse sido ontem – e não há mais de trinta anos (risos) – que eu usava um conjunto de saia e blusa com estampa de flores lilás e verde num fundo branco. Lembro vagamente de algumas imagens daquele dia mas lembro com precisão e riqueza de detalhes quando conheci o Tio Pedro. Tio Pedro era um senhor idoso, muito alto, muito elegante e muito distinto. Depois que minha família passou a conviver com ele, descobri que ele também era muito carinhoso com a esposa e muito cuidadoso e preocupado com todas as pessoas que se relacionavam com eles. Tio Pedro veio me cumprimentar após o culto, se curvou um pouco para falar comigo mais de perto e, solenemente, me estendeu a mão. Perguntou meu nome, escutou a resposta, repetiu meu nome e concluiu “você é muito bem-vinda aqui”. Aquela expressão de gentileza me impressionou de forma sobrenatural. Não foi só a educação e a simpatia que o tio Pedro certamente tinha; havia algo a mais… que levei alguns anos até entender o que era. Quando voltei para casa, minha mãe perguntou como havia sido a experiência de ir à igreja: “foi ótimo, mãe! Quero ser da igreja para sempre!”. Aquela experiência marcou minha conversão e, por isso, considero esse um dos encontros mais marcantes que tive na vida. O impacto das escolhas e decisões que vieram depois daquele domingo, de fato, ecoam até hoje.
O relato bíblico em Lucas 17 (versos de 12 a 19) nos conta que estando Jesus numa determinada aldeia, dez homens leprosos foram ao seu encontro pedindo-lhe misericórdia. A resposta de Jesus aos homens foi: “vão e se apresentem aos sacerdotes”. Aconteceu que quando foram ao encontro dos sacerdotes, os dez homens foram curados. Constatado o milagre, apenas um dos homens voltou à presença de Jesus, glorificando a Deus. Ao ver o homem, Jesus disse: “Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.” (grifo da autora)
Devemos lembrar que naquela época, ter lepra equivalia a receber uma sentença de morte. Os leprosos eram considerados imundos e, banidos de qualquer atividade e convívio social, viviam em comunidades próprias fora das cidades. Ser declarado limpo (curado da lepra), por si só, já era uma transformação e tanto. Mas ao único dos dez que voltou para demonstrar sua gratidão e louvor, veio a expressão da maior transformação que o ser humano pode experimentar: a Salvação.
Deus é gracioso em sua bondade e, por isso, é possível receber um milagre, uma benção, um presente divino, sem ter um encontro pessoal com Cristo. Dez homens foram curados de lepra, apenas um teve um encontro salvador. A Salvação só vem por meio de um encontro com Jesus e ninguém é o mesmo depois de viver tal experiência.
Costumo dizer que se arrancássemos a pele do tio Pedro, encontraríamos Jesus lá dentro. Encontrar tio Pedro me levou a um encontro com o Salvador e depois disso eu nunca mais fui a mesma. Quando penso no legado que deixou – tio Pedro faleceu há muitos anos mas ainda mantenho contato com filhos, noras e netos – lembro e entendo o que Paulo quis dizer quando disse que somos a carta de Cristo, “(…) escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos.” (2 Coríntios 3:3 NVI). Somente poderá ser uma carta viva aquele que passar por um encontro com Cristo. Um encontro que certamente será inesquecível e transformador.
Fotografia: Sebastián León Prado on Unsplash
Como ter um encontro, e sentir o primeiro amor de Jesus?
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Katy, muito obrigada pelo seu comentário. A Bíblia diz que se nós nos achegarmos a Deus, Ele se chegará a nós. Por isso é muito importante você dar um passo em direção a Ele como forma de demonstrar seu interesse em encontrá-lo. Antes, porém, vamos entender o que nos impede de ter um relacionamento direto com Deus: o pecado. O pecado é tudo aquilo que desagrada a Deus (como imoralidade sexual e desonestidade, por exemplo) e pode ser tanto em atitudes, palavras ou pensamentos. Todos pecaram, diz o relato Bíblico em Romanos, e estão separados de Deus por conta disso. Como então podemos nos reconciliar com Deus? o ser humano não pode salvar a si mesmo, por isso Deus enviou Jesus Cristo pra viver na terra, experimentar a vida como nós vivemos, e mesmo sem ter cometido pecado algum ele foi crucificado pagando uma dívida que não era dele e sim nossa! Assim, Jesus Cristo é o caminho para nos reconectar com Deus, reconhecendo e aceitando Jesus Cristo como Senhor e Salvador da sua vida. A partir daí, você deve cultivar um relacionamento diário com Deus por meio da oração e da leitura da Bíblia (isso vai te aproximar de Deus cada dia mais) e é importante também participar de uma comunidade ou igreja evangélica, onde Você receberá o suporte de outros cristãos que tem mais experiência de vida cristã e poderão caminhar com você, te apoiando e esclarecendo suas dúvidas sobre a fé. Sobre sua segunda pergunta, Você consegue imaginar o amor de uma mãe pelo filho? Quando o filho está longe da mãe, ele ainda sabe que ela o ama mas não consegue sentir de perto o cuidado dela. No relacionamento com Deus, funciona mais ou menos assim: estando longe dEle, você sabe que Ele te ama e se preocupa com sua vida, mas estando afastada dele você não consegue perceber o cuidado dEle em sua vida. Eu estarei em oração por tua vida, que você tenha um encontro com Jesus e seja abençoada por Ele. Estamos sempre aqui para responder tuas questões! Um abraço!
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Obrigada por me responder. Na verdade eu já sou cristã, batizada na Igreja Quadrangular.
Mas não tive muita experiência, e quando eu parei de frequentar a igreja, conheci meu marido, que não é evangélico, mas sabe que Deus é somente ele que existe, porém ele vive me questionando quando ” eu falo” que quero voltar para Jesus. Ele quer saber como é sentir a presença de Jesus, e como fazer para ter um encontro, e sentir o amor de Jesus e eu não sabia explicar! Então quando vi o teu texto, me veio essa pergunta que ele me fez. Vou mostrar para ele o que você me disse no texto. Muito obrigada. Que Deus te abençoe 😘
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Entendi, querida. Minha oração então é que você tenha essa experiência com Cristo e seu esposo também. É inspirador ler a experiência dos outros mas a transformação da nossa vida só vem com uma experiência de encontro pessoal com Jesus! Conte com minhas orações por você e sua família. Um abraço
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Oi Cintia. A Su compartilhou comigo este texto bonito que eu li no celular dela. Gostaria de copia-lo por citar o “tio Pedro”, mas não esta aqui no site. Voce poderia envia-lo para mim. Abraço e fique com Deus. Carlos Volcov
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Olá, pode copiar sim! Pena que não encontrou, por alguma razão o texto estava em branco! Obrigada por nos avisar. Já corrigimos o problema e aqui vai o link pra você. Abraços.
https://karissimas.wordpress.com/2019/01/18/um-encontro-com-o-salvador/
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Obrigado Cíntia. Fique com Deus. Vc escreve muito bem, parabéns por usar bem este dom que o Pai lhe concedeu.
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