E então, minha vida mudou!

Eu era pré-adolescente quando ouvi falar sobre Escola Bíblica Dominical. Meus pais não frequentavam nenhuma igreja, embora acreditassem na existência de Deus e entendiam que era importante criar os filhos em uma religião. Eles começaram a participar dos cultos de uma igreja evangélica a convite de um casal de amigos. Não iam com frequência, mas meu pai costumava nos levar (eu e meus irmãos) à Escola Bíblica Dominical.

Eu posso me lembrar do meu primeiro professor da EBD. Ele explicava muito bem as histórias bíblicas e eu ficava fascinada com tudo o que ouvia. Não me recordo de detalhes (aliás, sou péssima para isso).

Depois de algum tempo, mudei de classe e tinha uma professora muito amorosa e dedicada também. Ela ensinava com muito entusiasmo e colocava vida nas histórias.

Desse tempo posso me lembrar de duas histórias que marcaram minha vida: a história de Davi e Golias e a de Ester. E também me lembro que tínhamos a tarefa de memorizar versículos e eu gostava muito. Era um desafio para mim e eu ficava muito orgulhosa quando memorizava.  A maioria dos versículos que sei hoje, decorei naquela época.

Não me lembro de ter feito amizades, pois eu sempre fui muito tímida e tinha dificuldade em iniciar conversar e desenvolver relacionamentos. Naquela igreja, eu conhecia a Eliete, minha colega de classe na escola. Ela era muito falante, extrovertida e sempre conversava comigo a respeito de Deus, da Bíblia e de Jesus.

Embora eu participasse da EBD e memorizasse versículos bíblicos, eu não conhecia Deus e nem mesmo entendia perfeitamente quem era Jesus.

Algumas vezes, eu ouvia as pessoas falarem que alguém tinha recebido Jesus como Salvador, mas eu não entendia o que isso significava. Eu percebia que as pessoas falavam sobre isso com muita alegria e via que seus olhos brilhavam.

Eu queria fazer tudo certo para agradar a Deus e, frequentar uma igreja, na minha maneira de pensar, fazia com que eu fosse aceita por Deus, mas eu nem sabia quem Ele era. Parecia tão distante!

O tempo foi passando e eu não fui mais à EBD com frequência. Vez ou outra ia a algum culto.

Esta foi uma fase difícil, de muitos questionamentos. Eu tinha um vazio enorme dentro de mim e não sabia como preenchê-lo. Perguntava a mim mesma qual a razão da minha existência. Aliás, qual a razão da existência das pessoas, deste mundo, da vida em si, por que morremos, haveria vida após a morte, … Eu não tinha coragem de perguntar pra ninguém, mas ficava remoendo tudo isso dentro de mim.

Certa vez, assistindo a um filme sobre Jesus, do nascimento até sua morte e ressurreição, fiquei por um tempo pensando em quem era Jesus. Eu entendia que Ele era Deus, mas isso era tão superficial para mim! Não sei explicar exatamente todos os meus pensamentos naquela época. Eu tentava entender o que as pessoas da igreja queriam dizer sobre crer em Jesus como Salvador e recebê-lo como Senhor da minha vida. Entendia que eu tinha que obedecer a Deus, ser boa, cumprir com os mandamentos, mas algo faltava e eu não sabia o que era. Nessa época, eu já estava com 15 anos e não ia mais à igreja.

A minha colega de escola, a Eliete, sempre me falava a respeito de Deus e, algumas vezes, me convidava para voltar a participar da igreja, mas eu resistia um pouco. Era mais por timidez mesmo.

No entanto, um dia, resolvi aceitar o convite da Eliete. Afinal, ela sempre era tão gentil e amorosa comigo, por que eu não poderia aceitar seu convite?

Ela combinou que passaria em minha casa com sua família e eu iria com eles. Depois, eles me levariam de volta para casa. Lembrando que era na mesma igreja que eu costumava ir na EBD.

O pastor começou a pregar e suas palavras começaram a me incomodar. Eu sempre achava que era uma pessoa boa e que não fazia nada de errado e merecia ser aceita por Deus, mas o que eu ouvia ia contra o que acreditava.

Aos poucos, comecei a entender aquela mensagem. Eu era pecadora? Sim, pecadora. Nada que eu fizesse me aproximaria de Deus. O que eu merecia mesmo era a morte. E eu estava separada de Deus e caminhava a passos largos para uma eternidade sem esperança, sem a presença dEle.

E o que me surpreendeu é que a mensagem não terminou assim. O próprio Deus providenciou uma maneira para que eu e toda a humanidade pudesse ser perdoada e voltasse a ter um relacionamento com Ele. O seu próprio filho, Jesus, morreu em meu lugar.

Tudo foi ficando tão claro pra mim. É como se eu fosse cega e de repente, estivesse vendo tudo com muita nitidez.

E quando eu falei com Deus, reconhecendo minha situação, algo mudou dentro de mim. Aquele vazio fora preenchido por Deus. Eu me senti tão amada que eu não sabia o que dizer. Eu só chorava de alegria e de imensa gratidão por poder conhecer o meu Senhor.

Um Deus tão grande e poderoso estava comigo, me deu valor e me tornou filha dEle.

Esse foi um dia tão especial, encontro indescritível com Deus! Ele mudou completamente a direção da minha vida. Embora seja uma pecadora, fui perdoada e sou filha amada do Deus Eterno e posso usufruir de todas as bênçãos celestiais. Tudo mudou e nova vida Ele me deu.

“Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu Nome; … “ ( João 1.12)

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, …” (Efésios 1.3)

Desde aquele encontro, Deus continua moldando minha vida para que a cada dia eu fique mais parecida com Jesus.

Também sou grata a várias pessoas que oraram por mim para que eu tivesse esse encontro tão significativo.

Fotografia: Roman Kraft on Unsplash

 

Publicidade

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s