O Pai que me vê!

Pais! Algumas pessoas não gostam de falar sobre isso, outras, com lágrimas nos olhos, relembram o quão bom foi ou é o pai em sua vida.

Já para algumas mulheres que já são mães, e alguns filhos, falar sobre um pai “que vê” pode soar como ironia.

Existem mulheres que carregam em si dores silenciadas pela vergonha e pelo medo, causadas por abusos, violência física, emocional, duras palavras, maus tratos, abandono, negligência, entre outras coisas, causadas por pais ou outro parente próximo.

De fato, o que passamos e vivemos determina quem somos, o que e como sentimos e reagimos, e o por que fazemos o que fazemos. Mas, o encontro com nosso Pai Celestial, por meio de Seu Filho Jesus, nos permite reescrever nossa história e entender quem somos em Jesus. Somos “refeitas” em Cristo Jesus.

Jesus veio para trazer toda a ordem e a justiça aonde havia desordem e injustiça. Ele nos apresenta o Pai Amoroso, Justo e Santo. Que não abusa da autoridade, que nos ouve, que tem bons pensamentos a nosso respeito, que tem um ousado amor, inquestionável e incondicional.

O que acontece é que as más experiências humanas nos levam ao medo e a incredulidade em quem Deus é, e consequentemente, nos tornamos pessoas inseguras, desconfiadas, desesperadas.

Algumas são agressivas: foi a forma que encontraram de se defender e não serem mais feridas. Algumas são carentes: entram em relacionamentos doentios (voltam a ser feridas). Foi a forma que encontraram de obter um amor que não foi devidamente dedicado. Outras são autossuficientes, aquelas que “se sentiram capazes” de se curar sozinhas, mas na verdade, vestem essa capa de “não preciso de ninguém” (já que não tiveram mesmo), e então, preferem não ter que depender de alguém novamente para não serem abandonadas/negligenciadas de novo.

Há um tempo atrás passei por um momento de crise com meu Pai. Mesmo sabendo de Suas promessas, de Seu Caráter, meu coração estava ansioso e aflito. Mais uma vez estava sobrepondo ao caráter Dele, atitudes de pessoas. Nem sempre seremos acolhidas, nem sempre nossa dor será vista, mas sempre teremos expectativas frustradas, no que se refere ao cuidado humano e terreno.

Foi então que mais uma vez, de forma carinhosa, Ele veio ao meu encontro, e me ajudou a conhecer mais um pouco Dele. E é sobre isso que gostaria de dividir com vocês. Deus falou comigo por meio de uma mulher, chamada Hagar.

Hagar era uma “empregada”. Trabalhava para a família de Abraão. Sua esposa se chamava Sara. Hagar entrou de gaiato num plano mirabolante de Sara, numa tentativa de burlar as promessas de Deus. Como muitas sabem, Deus prometeu um filho para Abraão, por meio de Sara. Sara percebeu ser estéril. E como era costume da época, Sara deu a ideia de seu marido deitar-se com Hagar e gerar um filho. Afinal, ele tinha que ser pai!! Não importava o jeito. (Mulheres…)

Hagar topou. Deu sua vida para o sonho de outra pessoa (Abraão), e só padeceu. Na primeira vez que quis fugir, devido a maus tratos de Sara, Deus disse para Hagar voltar e ser obediente. Então fez promessas a ela, e como um Pai amoroso, disse para que colocasse em seu filho o nome de Ismael, que quer dizer: O Deus que ouve, o Deus que vê, em sua aflição. Um dos motivos é porque a mesma mulher que deu a ideia de Hagar ter um filho para postergar herança para seu marido, começou a hostilizá-la e inferiorizá-la.

Nossa tendência é querer fugir do que é desagradável, mas Deus, o Pai que tudo vê e ouve, disse pra ela retornar e ser obediente apenas, em tudo. Ela não ficou imobilizada por seu passado, mas confiou em seu Pai celestial.

Passaram-se anos, Sara engravidou, resultado da promessa de Deus, que sempre cumpre o que diz. Deu a luz a Isaque. Os meninos cresceram, Isaque e Ismael. E novamente, começaram as provocações. Sara de novo pressiona Abraão contra Hagar, e dessa vez Abrãao cede. E o mais curioso: Abraão consulta a Deus, seu Pai, e Deus o deixa mandar Hagar embora. No entanto, esse pai terreno, Abraão, homem rico e cheio de posses, manda Hagar e seu filho embora, apenas com alguns pães e uma vasilha de couro com água.

Diz o texto que ela ficou vagando pelo deserto e a água acabou. O menino Ismael desmaiou e ela começou a chorar desesperadamente.

Mas o Deus que a mandou voltar não a abandonou. E cumpriu Sua promessa. Um anjo lhe aparece e diz que Deus “ouviu o choro do menino”. E a relembrou das promessas. Depois disso, diz o texto que Deus lhe abriu os olhos, e então ela viu uma fonte. Foi até lá e encheu de água, e deu de beber ao filho (Gênesis 21:19).

O texto não diz que Deus fez brotar água, ou, transformou algo em fonte, mas diz que Ele abriu os olhos dela. Pode ser que no desespero ela não conseguia ver. Pode ser que ela estava chateada demais, nervosa, sentindo-se abandonada, injustiçada. Mas Deus a lembrou que ela tinha um Pai, um Deus que vê, e ouviu, pois Ele é o Deus que vê.
E então com os olhos abertos, ela pode ver a fonte, e teve água a vontade. Pôde encher sua vasilha quantas vezes precisou.


Essa história me ajudou a entender melhor quem é meu Pai e quem são as pessoas.

O Senhor levou Hagar a entender que deveria tirar os olhos do pai terreno e enxergar o Pai Celestial, a fonte verdadeira do amor e da provisão.

Humanos são assim, dão coisas limitadas e que acabam. Mas Deus é a fonte, podemos nos achegar Nele e beber a vontade, não apenas uma vasilha de couro. Entendi que nossos olhos precisam ser abertos da incredulidade.

A incredulidade nos faz ver a bolsa, a fé nos abre os olhos para ver a fonte, que é Deus.

Isso me animou a entender que de pessoas (pai, mãe, irmãos, igreja, amigos), mesmo que tenham muito (em nossa limitada visão humana), tudo que vier, será limitado e acabará, e que o desespero e as frustrações podem ofuscar a visão da solução e de quem é Deus, e nos fazer esquecer de Suas promessas.

Com coração quebrantado, orei para que o Senhor me livrasse da incredulidade e abrisse meus olhos, para que em cada situação eu enxergasse Nele, a fonte. Pedi que não me permitisse viver sedenta de algo que nunca poderia ter. Imagina, passar necessidade por não enxergar?

Desejo que essa seja sua oração também, que possa pedir para que seus olhos sejam abertos. Acredito que o milagre já existe e está acessível a nós, no entanto, a dúvida nos distancia e cega.

Quando fiz essa oração, comecei a ver as bênçãos de Deus novamente sobre a minha vida, e de forma incrível, Ele tem levantado pessoas para nos abençoar (ou apenas mostrado que já estavam ali). E me tornou livre novamente, para amar as pessoas em minha volta, ainda que sejam aquelas, que em minha percepção, não me acolheram, não cuidaram, não foram devidamente atenciosas.

Afinal, o que Ele nos oferece é a fonte de tudo. E pessoas, uma bolsa de couro, passageira, perecível e limitada. Nossa esperança deve estar em Deus, não nas pessoas.

Não sei qual foi sua experiência com o seu pai terreno e como isso influencia você nos demais relacionamentos, mas o Pai Celestial te vê, e te ouve.

Ismael não voltou para tirar satisfações com seu pai terreno, nem sua mãe, pois passaram por uma experiência com o Pai de verdade!

A experiência com o Pai Celestial muda toda a percepção e nos faz ver o invisível.

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4 comentários sobre “O Pai que me vê!

  1. Nossa…a História de Hagar é uma das mais fascinante e empolgantes que conheço… Suscita a fé, a esperança e torna ao alcance daquilo que os olhos n viu, o ouvido não ouviu e a mente humana jamais terá a capacidade de compreender em sua absoluta dimensão… Parabéns!!! Amei. Fez lembrar de mim comigo escrevendo. Kkkk🙌👏🙌👏🙌😘

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