Pare!

Fiz essa foto um dia desses enquanto caminhava. Todas as vezes que estou caminhando e passo por essa placa de “Pare” eu imagino um “DON’T” (NÃO) bem grande em cima. Hahaha

De uns tempos pra cá fiquei me perguntando porque eu sempre imaginava isso. Existe uma razão óbvia pra essa placa estar nesse ponto da trilha. Logo após, meio que do nada, surge uma rua de duas mãos bem movimentada (e os carros geralmente estão passando em alta velocidade). Portanto, é seguro afirmar que a placa está ali com a finalidade de me proteger.

Deus também nos oferece essas “placas” de vez em quando, um aviso de “PARE”. E o objetivo não é de nos impedir de viver a vida plenamente, mas de nos proteger. De forma geral eu sou uma pessoa bem motivada, daquelas que arregaça as mangas e “manda ver”. Mas essa personalidade tem uma falha bem grave ao meu ver: a gente sente que nosso valor está em fazer as coisas, em ser proativo, e muitas vezes passa dos limites, não respeitando os sinais do nosso corpo (e da alma também) dizendo que está na hora de desacelerar.

Foi exatamente o que aconteceu comigo. No final de maio comecei a sentir um cansaço estranho. Foi um misto de exaustão e tristeza. Em poucas semanas percebi que estava tão pra baixo que nem conseguia sair da cama. Foi o início de uma depressão.

Acho que a pior coisa era o sentimento de culpa e cobrança que eu colocava sobre mim mesma. Era como se todo o meu valor estivesse unicamente ligado à minha capacidade de produzir, de fazer. Deus teve que ministrar muito ao meu coração (e ainda estou no processo), me lembrando quem eu sou e me dizendo que o meu real valor está no fato de que eu sou filha d’Ele.

Nesses dias mais sombrios da depressão, lembrei muito de uma música do Estêvão Queiroga chamada “A Partida e o Norte”. Em uma frase ele diz:

“Deixei pegadas lá no vale da morte
Um solo infértil aos meus muitos defeitos
Minha vida alargou-se em caminhos estreitos
E eu vi Você: a Partida e o Norte.”

O que me trouxe esperança durante os dias escuros e tristes que passei, foi lembrar que aquele não era o destino final, que havia algo bom depois, e que eu não estava sozinha. Eu não precisava montar minha tenda no vale sombrio, mas precisava passar por ali e deixar apenas minhas pegadas.

Saber quando parar e desacelerar não é um sinal de fraqueza, mas de reconhecer que a nossa força vem do Senhor, que n’Ele somos fortes e que Ele é suficiente. Por mais que eu tente, nunca serei tudo para meu marido, nem pra os meus filhos, nem para a sociedade. Esse é o papel de Deus!

Tinha dias que eu simplesmente não conseguia ter forças pra abrir a Bíblia ou orar, e quando a cobrança e a culpa vinham eu me lembrava novamente que o meu valor está em ser filha de Deus e não no que eu posso fazer.

Ler a Bíblia, orar, caminhar, comer bem, buscar ajuda, aceitar ajuda, foram coisas importantes nesse processo de recuperação. E hoje eu percebo que conheci um lado novo em mim que nem sabia que existia.

Quero muito pensar que esses dias sombrios são coisas do passado e que nunca mais passarei por isso, mas por enquanto basta saber que, mesmo que o vale escuro esteja na rota de viagem, existe vida do outro lado e eu não preciso passar pelo vale sozinha … e nem você!

“Ele me devolve a paz de espírito quando me sinto aflito. Ele me faz andar pelo caminho certo para mostrar a todos quão grande Ele é.
Eu posso andar pelo vale escuro, onde a morte está bem perto; mas continuo tranqüilo e não sinto medo. Tu, Senhor, me guias e proteges constantemente!” (Salmos 23:3,4)

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4 comentários sobre “Pare!

  1. Gracias por compartir tan emotivo e influenciador escrito…. Justamente están siendo días sombríos para mi y mi familia, pero como bien dices: aunque el valle oscuro esté en la ruta de viaje, existe vida al otro lado, sabiendo que no pasa por ese valle sola… ¡Gracias Dios por usar la vida y testimonios de otras personas para hacernos conocerte más!

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