O amor que nos tira do sério

Nesse mês que vamos falar de amor aqui no Karíssimas e comemoramos o dia dos namorados no Brasil, o mercado comemora o aumento nas vendas de perfumes, cosméticos, flores, chocolates e tantas outras opções de presentes que evocam romantismo. Não sou contra o clima de romance, muito pelo contrário. Casei com um homem romântico que sempre tem um elogio carinhoso, um bilhetinho apaixonado ou um beijinho gostoso que me faz sorrir! Mas esse marido romântico às vezes me tira do sério.

Os serviços da casa são divididos e ao meu marido cabe a manutenção, a retirada do lixo e a parte de telefonia/internet já que ele é graduado nessa área. Uma vez, porém, pedi que ele fizesse um conserto e, depois de muito tempo desse pedido, o serviço ainda não tinha sido feito. Fiquei uma fera por vários dias e ainda estava brava quando chegou o dia da nossa lavanderia. Não temos área de serviço no apartamento por isso usamos a lavanderia do prédio – o que é muito prático, a propósito! Ao término do ciclo, retirei as roupas da secadora e voltei ao apartamento pensando “Não vou dobrar as roupas dele. Pedi que ele fizesse tal coisa e ele não fez. Se quiser roupas dobradas, que as dobre ele mesmo!”.

Naquele momento, porém, o Espírito Santo me trouxe a lembrança a mulher virtuosa descrita em Provérbios 31. Dentre tantas qualidades que tornam essa mulher especial, o texto diz que, ao seu marido, ela “só faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida” (v. 12). Me senti muito mal, pensando que motivos eu teria para reagir tão negativamente ao meu marido? Qual a gravidade da falha que ele tinha cometido? Além disso, será que eu também não tinha/tenho cometido falhas ao longo do nosso casamento e que meu marido nunca usou como pretexto para retaliações?

A vida de um casal tem dessas coisas. Num dia ganhamos flores e suspiramos de amor e no outro esbravejamos porque a lâmpada queimada não vai se trocar sozinha (!). Altos e baixos fazem parte de qualquer relação entre dois seres imperfeitos. O problema está em trazermos para essa relação a máxima, amplamente difundida, de que devemos reagir ao menor sinal de decepção e que nada pode ficar barato – o famoso “bateu-levou”. Não precisa ser assim. Nossa relação conjugal deve ser baseada no diálogo franco e na oração, de forma que se desenvolva em nós uma atitude de perdão e conciliação e não um “hábito consistente de irritação mútua e pequenas azucrinações diárias” (C.S. Lewis em “Cartas de um diabo a seu aprendiz”, Carta III). Numa época em que os relacionamentos são superficiais e descartáveis, na qual as pessoas se casam já enxergando o divórcio como uma opção caso “não dê certo”, temos obrigação de resgatar os princípios Bíblicos e valores do Reino em nossas famílias. Existem ameaças que são verdadeiramente sérias e devem ser combatidas com todo o arsenal espiritual. Mas pequenas bobeiras do dia-a-dia não podem passar disso: trivialidades que se resolvem antes do relógio virar para o próximo dia. Vamos deixar pra lá essa história de “bateu-levou” e viver toda a felicidade, beleza, leveza e o romance que Deus planejou para nossas vidas conjugais.

 

Imagem fonte: goo.gl/g8Hwyh 

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7 comentários sobre “O amor que nos tira do sério

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