Foi muito difícil escolher um livro de cabeceira. Sou do tipo de pessoa que tem amor por vários livros. Incorporei muitos em minha vida. Desde livros cristãos até mesmo alguns de fisiologia. Então, falar de um livro de cabeceira me faz vasculhar a biblioteca particular existente dentro de mim. Nessa busca passo por vários livros que me emocionaram, me ensinaram, prenderam minha atenção. Dessa forma, resolvi procurar aquele que mais está enraizado, aquele que de certa forma eu vou sempre me remeter seja por uma passagem, alguma situação, falas etc.
Me surpreendi ao descobrir que meu livro de cabeceira é algo que você leitor certamente não esperaria. A verdade é que, desde o dia que pisei meus pés no cinema para assistir a franquia de Peter Jackson, saí de lá em busca dos livros de J.R.R. Tolkien. E foi assim que adentrei a Terra Média.
Pois é, meu livro de cabeceira é “O Senhor dos Anéis”. Não sei se foi porque ele marcou a fase em que estava vivendo (pré-adolescente em uma cidade pequena, meu condado particular de amigos), e descrevia um mundo do qual conversávamos. Princípios que para nós estavam sendo trabalhados. Mas, a saga me cativou de verdade pela identificação com a trajetória da vida. Existe uma vastidão de mundo que está além do livro, e essa vastidão está dentro de nós em uma batalha.
Foi a partir do mundo de Tolkien que primeiro percebi e, até hoje me pego reconhecendo, a analogia com minha vida. O Sam que preciso ser – a coragem que preciso trabalhar e me diminuir para ir em busca de onde existe esperança. A jornada em busca de se livrar do mal que carregamos conosco é árdua, difícil, e falhamos assim como Frodo.
Se me perguntarem qual personagem que menos gosto, é ele, o portador do anel. Frodo sabe o que é certo, sabe o que precisa ser feito, consegue caminhar, porém falha. Assim como o apóstolo Paulo diz: Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. (Romanos 7:18,19).
Essa nossa jornada aqui na Terra é a saga de um mundo caído que apesar de tudo, possui a esperança de algo bom pelo qual vale à pena lutarmos e perseverarmos.
O pecado é como o Um Anel: sedutor, tenta nos aprisionar e quando o usamos mostramos a nossa verdadeira natureza. Ele nos leva mais rápido para a morte. Até mesmo o mais sábio deve temer e se afastar dele, como Gandalf o faz. Sabemos que em breve será destruído por completo, não haverá nenhum resquício dele. Mas enquanto esse dia não chega, estamos em um mundo de batalhas, com alguns momentos de refrigério, esperando o retorno de um Rei, uma luz que brilha em meio às trevas destruindo o mal por completo.
Posso passar o dia todo fazendo várias e várias analogias entre a Terra Média e o nosso mundo. Estamos nessa batalha que apesar de já ter seu herói – Cristo Jesus – ainda distribui estilhaços que machucam a nossa carne. Um caminho a ser feito com a certeza de que pela nossa força iremos falhar, mas tudo antes premeditado, tudo antes já escrito por Deus nos leva até Valinor, até os portões Celestiais de onde juntos, como pequenos Hobbits, estaremos diante do Verdadeiro herói que nos sustentou, que nos trouxe alívio quando tudo parecia perdido.
Esse tem sido meu livro de cabeceira, talvez porque é o livro que mais consigo relacionar com a vida aqui nessa terra. Sei que a realidade vai muito além da ficção e, acredite, nossa jornada aqui é mais árdua!
“Realmente, o mundo está cheio de perigos, mas ainda há muita coisa bonita e, embora atualmente o amor e a tristeza estejam misturados em todas as terras, talvez o primeiro ainda cresça com mais força.” J.R.R Tolkien
Um livro muito bom! Gostei demais das suas analogias.
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Muito boa sua resenha, Poly!Adorei! Um dia estaremos em nossa Valinor!
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