Final de ano chega e o que a maioria prioriza é celebrar esse período de festas e confraternizações em grande estilo. Inebriados pelo clima e luzes natalinas, um número cada vez maior de pessoas, partem em direção aos shoppings para atender o que é idealizado e promulgado como conceito de felicidade. Via de regra, árvore previamente montada cercada de presentes, uma grande ceia farta de comida e roupa nova para “virar” o ano não podem faltar.
Mas, há aqueles que conseguem romper com a superficialidade e o entorpecimento geral concentrando as suas forças em ajudar o próximo. Ações sociais são válidas e louváveis, no entanto, a mídia transmite a ideia de que somente em Dezembro uma compaixão e solidariedade devem brotar dos nossos corações, nos impelindo a ter atitudes generosas pra com os que se encontram famintos e com necessidades (como se estes só sentissem fome na noite do dia 24 de dezembro!).
Desde muito cedo, fui ensinada a ter uma visão crítica e bem realista a respeito de todas as coisas, sobretudo quanto ao Natal e… confesso que 25 de dezembro não significa muita coisa pra mim. Uma única noite não seria capaz de comportar tamanho valor e significado que atribuo ao mais aguardado e decisivo evento da história da humanidade. Lembro-me, todos os dias que o Salvador nasceu, vive, reina e que Ele é a razão da minha vida.
Se o propósito é celebrar o nascimento de Jesus Cristo, nada mais lógico e racional do que tomarmos o filho unigênito de Deus, o Verbo que se fez carne, a própria Palavra Viva que habitou entre nós, como modelo de vida. Cristo, desde a fundação do mundo se apresentou pronto, para que n’Ele se cumprisse a vontade do Pai. Se apresentando como sacrifício vivo, em prol de toda uma humanidade corrompida, Jesus foi obediente até o fim, como ovelha muda se entregou para que todo homem, hoje, pudesse ter livre acesso ao Pai. De fato, Jesus Cristo é o único intermediário entre Deus e os homens (I Timóteo 2:5) e fora dele não há salvação (Atos 4:12). Ele se esvaziou de toda Sua Glória, Majestade e Poder, e se fez homem. Este homem não conheceu pecado, andou em santidade, cumprindo toda Lei Mosaica e através de um julgamento injusto, nutrido por uma extrema inveja amargurada dos que se diziam ser ilustres guardiões da Lei, mas que não conheciam o Poder de Deus e por consequência não podiam operar os milagres que o Filho de Deus fazia, foi morto crucificado. Mas a Palavra diz que ninguém matou Jesus, antes Ele entregou a sua vida em favor de nós. A morte de Jesus não foi um acidente de percurso. Definitivamente não!
Tudo estava no controle do Pai das Luzes. Tudo fazia parte de um plano mui excelente do Criador. A obra substitutiva de Cristo na Cruz era algo previamente traçado na mente do Eterno. Cristo morreu a nossa morte para que vivêssemos a Sua vida. Devido o pecado de Adão, a justiça de Deus gritava : “O homem tem que morrer!” Contudo, o amor de Deus que nos constrange, preferiu entregar Seu Filho amado a tamanho sofrimento, do que condenar o homem de natureza má e corrompida a eternidade separada de Sua doce presença. Sendo nós ainda pecadores o Senhor provou o Seu imenso Amor para conosco (Romanos 5 :8).
E nós? como estamos retribuindo tamanho sacrifício de Jesus? Ao final de 12 meses, fecha-se mais um ciclo em nossas vidas, é natural “fechar para balanço”, enumerar os projetos alcançados, refletir sobre o que deu errado, ponderar sobre o que deve ser abortado… porém, independentemente do quão bom ou do quanto de sucesso tenhamos experimentado, algo que sempre deve ser atemporal é o hábito de cultivar a rainha de todas as virtudes: a gratidão.
Defino esse sentimento como um constante olhar para a obra realizada na Cruz. O fruto da gratidão só pode ser manifestado quando absorvemos a semente da dívida. Quando individualmente, descobrimos a dívida pessoal e impagável que temos com o Eterno e como a mesma se estende para como o meu irmão. O apóstolo Paulo assumiu tal condição…
“Pois sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes; por isso, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós outros, em Roma.” Romanos 1:14,15
Quando os nossos olhos se abrem e compreendemos o quanto devemos, nossos pés se apressam e tornam-se ligeiros para anunciar as Boas Novas.
A grande questão não é celebrar o nascimento de Jesus, mas sim descobrir se Cristo já nasceu dentro de você. Que Ele renasça todos os dias em nossos corações.
Fotografia: Marina Khrapova on Unsplash