Depois de meses brigando com meu portão eletrônico emperrando todas as vezes que precisávamos entrar ou sair de casa, ontem finalmente quebrou de vez. Não abre, nem fecha. Estamos encurralados.
O técnico veio hoje dar uma olhada e deu seu veredito: A máquina é muito antiga, mas uma das melhores que há, muito melhor que as novas. Porém não se fabrica mais dela e, portanto, não existem peças novas no mercado. Talvez, com sorte, achemos uma de segunda mão. Nós deveríamos ter feito manutenção e revisão frequentes para evitar a desintegração do motor. Agora não sabemos se haverá jeito.
O mês de outubro chega ao fim e com ele as celebrações dos 500 anos da reforma protestante. Um movimento que mudou a história da Igreja e do mundo. Uma corajosa iniciativa de homens que resolveram fazer uma profunda revisão na “máquina” da fé Cristã, antes que ela desmoronasse de vez.
Ele não foi um movimento isolado nem fácil, e seus preceptores pagaram um alto preço para fazer a Igreja retornar ao seu projeto original, livre dos revestimentos acrescidos com o tempo. E durante todo processo, algo ficou bem claro em suas experiências: era necessária a ascensão de uma “igreja reformada, sempre se reformando”.
Hoje, 500 anos após os acontecimentos que mudaram o mundo, como anda a nossa máquina? O quanto de ferrugem, poeira, camadas de tinta, óleo e revestimentos foram acrescidos ao que hoje chamamos de Cristianismo, e que na verdade escondem o que um dia foi de fato o projeto original de Igreja do nosso Senhor Jesus.
Na era do politicamente correto, a Igreja Cristã ainda levanta a poeira de construção que vem com uma obra em reforma, derrubando paredes, lixando beiradas e lubrificando suas engrenagens? Ou apenas retocamos a pintura e reproduzimos a tendência do momento? O quão relevantes e Bíblicos somos em nossas ações e discussões diárias?
Os últimos meses foram marcados por histórias cruéis e discussões agressivas nas mídias sociais. Porém, mais que publicar imagens fortes, ou comentários azedos, como temos tornado acessível e real a Boa Nova que traz cura aos feridos e libertação aos cativos?
No mês que nos propusemos a falar e pensar sobre oração – nossa conversa com Deus – o Brasil pareceu desabar diante dos nossos olhos, mentes e corações (igual ao meu portão). Queremos convidar vocês a se juntarem conosco em oração persistente e fervorosa por nos país, nossas igrejas, nossas famílias, nossas crianças, nosso coração.
Só em comunhão íntima e constante com Ele poderemos ser a Igreja que Ele planejou que nós fôssemos. Só em relacionamento com diário e intenso com o Autor da obra, poderemos mantê-la fiel ao projeto inicial, sempre viva e reformada.
“Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve”. I João 5:14.
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