“Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!” (Filipenses 4:4)
Quando a vida começa a nos mostrar suas diversas fases e dilemas, a alegria se torna um desafio e muitas vezes acaba sendo uma utopia em meio às lutas do dia-a-dia. Já não é como na infância, quando tudo era lindo e a inocência nos protegia de ver a maldade no mundo e em nós mesmos. Na verdade, o pecado está em nós desde a nossa concepção e por causa disso somos desafiados a viver em alegria e contentamento mesmo em meio ao caos que se instalou no mundo quando ele passou a fazer parte da história do ser humano.
Bem sabemos que o salário do pecado é a morte, porém não estamos acostumados com as consequências que isso traz para nossas vidas. Não fomos feitos para morrer. Fomos criados para viver lado a lado com nosso Criador, criados para a eternidade, porém a desobediência nos afastou dEle, e com ela vieram todos os motivos que hoje tentam nos afastar também da alegria.
Há três anos mudei para Catanduva e comecei a trabalhar, meu “primeiro emprego”. Passei a conviver diariamente com pessoas mais velhas que eu e com certeza mais experientes. Foi um desafio “aprender a trabalhar”, mas graças ao cuidado de Deus contei com bastante ajuda e paciência. Enfim, no novo contexto em que passei a viver pude ouvir a respeito de muitos problemas que ainda não fazem ou faziam parte da minha vida: desde contas a pagar (o que logo comecei a experimentar), até dilemas na criação dos filhos (um desafio que espero um dia enfrentar com sucesso) e, o mais desesperador e desafiador, o falecimento de familiares, pessoas queridas.
É difícil tocar nesse assunto, mas quando penso em viver em contentamento mesmo com a perda de alguém especial, minha mente quase trava, e é difícil imaginar a possibilidade de haver alegria no luto, na dor de perder alguém amado. Apesar de saber que para aqueles que estão em Cristo a morte é lucro, imagino que a saudade deve ser esmagadora, e os dias provavelmente bem mais longos sem aqueles que mais amamos.
Desde que cheguei a Catanduva, fui a mais velórios do que já havia ido em minha vida inteira, e em todos eles um questionamento sempre pairou em minha mente: “E se fosse comigo?”. É difícil me colocar no lugar dos meus colegas e imaginar quais seriam as minhas reações, como eu agiria em meio a tanta dor, qual seria a atitude correta… Alegrar-me em meio ao luto? A princípio soa bastante contraditório.
Apesar das minhas dúvidas e fraquezas, de uma coisa estou certa, a alegria que vem do Senhor transborda sob quaisquer circunstâncias. Seja em meio a vitórias, ou às piores derrotas, a certeza do Seu amor deve ser suficiente para nos acalmar e nos dar a paz de que precisamos para continuar. O apóstolo Paulo nos adverte: “Alegrai-vos sempre no Senhor.” Não simplesmente quando tudo vai bem, mas a nossa fé se fortalece quando nos desafiamos a viver alegres em meio às tribulações. Não que a alegria signifique sorrir para as paredes e cantarolar o tempo todo, mas viver em contentamento, confiantes naquele que supre todas as nossas necessidades (Filipenses 4:19).
Quanto a todos os desafios com os quais repentinamente me deparo, guardo a certeza de que “a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu.” (Romanos 5:3-5) Sendo assim, a minha esperança é a semente da alegria que me conduz a viver pela fé.
Fotografia: Pixabay
Tenho aprendido muito com as experiências relatadas pelas irmãs publicadoras do Karissimas. Agora estou aqui emocionada com as palavras da minha escritora favorita, minha filha que também tem me ensinado muito. Louvo a Deus por vc Ana Lídia!
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