Nos meus “longos” 20 anos de experiência de vida, pude construir algumas certezas, a maioria delas – pra não dizer todas – ligadas ao meu relacionamento com Deus e o que tenho vivido com Ele nos últimos anos.
Cresci num lar cristão, principalmente na parte materna da família. Passei a vida ouvindo sobre Jesus, cantando aquelas musiquinhas que toda escola bíblica dominical tem pras crianças, mas não sabia o que era realmente vivê-Lo todos os dias. Eu O conhecia apenas de ouvir falar. Consequentemente, conforme fui crescendo, minha postura diante do que acontecia ao meu redor era bem diferente do que Jesus ensina, eu buscava orientação e direcionamento de pessoas, não Dele. Minha alegria não se encontrava em Deus, mas nas coisas que pareciam “normais” pras pessoas da minha idade (na época, entre 14 e 17 anos).
É engraçado pensar sobre tudo isso porque as coisas mudam numa velocidade impressionante quando é da vontade do Pai. Ouvi a voz Dele aos 18 anos num acampamento da minha igreja (pra onde eu tinha ido sem a menor intenção de me aproximar de Deus ou conhecê-Lo de verdade) e uma explosão de sentimentos tomou conta de mim: vergonha de ser como eu era; medo de continuar daquele jeito, mas ao mesmo tempo, um amor que transbordou em mim e, finalmente – depois de alguns segundos de negação por não acreditar ser digna de tanto amor –, uma felicidade inexplicável, uma alegria que tomou conta de cada centímetro de mim. A alegria do Senhor nasceu no meu coração naquele dia. Depois disso eu não tinha mais como ser a mesma, Papai deixou bem claro que assim seria daquele dia pra frente, sem olhar pra trás. Eu me tornaria a Luiza que Ele me criou pra ser.
Isso faz dois anos, mas o sentimento de gratidão ainda é constante na minha vida. Conhecer a Deus um pouco mais todos os dias é o que me traz alegria genuína. Isso não significa que eu não tenha meus momentos de tristeza ou estresses, afinal de contas, ainda sou um ser humano e tenho a tendência de me preocupar mais com o que eu acho que deveria acontecer ao invés de encarar o que realmente acontece (quem tem mania de planejar mil coisas antes mesmo de começar a primeira vai entender bem o que quero dizer). A diferença é que agora sei a quem recorrer, tenho consciência de que minha ajuda vem mesmo do Senhor e procuro lembrar a mim mesma de que ainda tenho vinte anos, muito chão pela frente e quando me dou conta disso, as coisas ficam mais simples, dar um passo de cada vez volta a ser o plano A. E isso me leva a querer compartilhar minha experiência marcante mais recente com Ele.
Semana passada fui pra nona edição daquele acampamento divisor de águas na minha vida, dessa vez como voluntária, não só acampante. Foram dias muito bons, com bastante trabalho a ser feito e pessoas conhecendo a Deus e experimentando estar na presença Dele. No meio de tudo o que acontecia, comecei a ficar meio desanimada, me sentia só uma expectadora em meio ao que o Senhor estava realizando ali, queria fazer mais, estar em todos os lugares possíveis fazendo o máximo que desse e me perguntava se realmente estava me permitindo ser instrumento em Suas mãos. Estava tão frenética querendo pensar em tudo e fazer tudo ao mesmo tempo, que me perdi em meio às minhas boas intenções de trabalhar na obra e senti que minha alegria tinha ido junto.
Até que, na penúltima noite, comecei a orar durante a pregação e uma certeza daquelas que comentei no início do texto foi plantada no meu coração: a nossa felicidade, nossa alegria é encontrada única e exclusivamente no Senhor. De nada adianta tentarmos encontrar essa alegria por nós mesmos, do nosso jeito, através de situações ou pessoas. Quando nossa alegria está em Deus, ela só depende Dele e por isso é constante.
Aprendi – e ainda estou aprendendo – que transbordar essa alegria vinda do Pai é instrumento na vida de todos que nos cercam, conhecendo eles a Deus ou não, porque os permite ver ao Senhor. É por essa razão que Paulo escreveu aos Tessalonicenses para que fossem sempre alegres, orassem sem cessar e dessem graças a Deus em todas as circunstâncias (1 Ts 5:16-18), e é exatamente isso que proponho a todos que lerem esse texto: que essas palavras sejam rotina nas nossas vidas.
Fotografia: Aline Lira
Ótimo texto! Parabéns!!!
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