Estamos chegando ao fim de um mês que poderia ter sido muito polêmico aqui no Karíssimas. Falar de feminilidade não é fácil.
Provavelmente nunca foi, mas parece que está ainda mais difícil hoje em dia. Não existem definições muito claras do que é ser mulher ou homem, e muito menos consenso sobre papéis e valores. As fronteiras do que é feminilidade não são muito definidas hoje em dia e nós crescemos numa geração de conquistas feministas de uma sociedade em transição, ouvindo bons argumentos de ambos os lados. Não existe mais preto ou branco e as variações de cinza parecem se multiplicar infinitamente.
Algumas das coisas que nos ensinaram nos fizeram construir uma identidade forte, sólida e fundamentada no valor que temos em Cristo. Outras nos deixaram confusas, inseguras e sem saber o que ser, ou quando ser.
Habitamos num mundo de ideologias cinzas porém com expectativas ainda muito polarizadas, divididas em extremos. Nesse universo de transição não são só as ideias que se confundem, se misturam e deixam frustrados aqueles que se preocupam em entender. Desde muito pequenas somos constantemente bombardeadas com mensagens conflitantes do que somos ou deveríamos ser.
Valorizar e exaltar o feminino em mulheres é considerado retrógrado, opressivo e machista. Valorizar o feminino em homens é considerado puro, ousado e revolucionário. Ué, feminino é bom ou ruim? Porque é ruim para mim, que sou mulher e é bom para o homem?
Outro dia alguém me enviou um vídeo em uma rede social com o título “E se Cinderela fosse homem”. No vídeo elas recontam o conto de fadas com um homem no papel principal, e o argumento ali é que não queremos criar nossos homens para serem passivos e vítimas do destino. Pelo contrário, os criamos para serem aqueles que fazem a história. Então porque criamos as meninas para serem vítimas dos caprichos dos outros e do destino?
A premissa das autoras do vídeo é que mulheres são menos confiantes e mais passivas que os homens (não sei não.. as mulheres da Bíblia parece que estavam sempre interferindo na história… hahaha). Enfim, sob esta premissa elas lançaram um livro chamado “Histórias para antes de dormir para meninas rebeldes”, onde contam histórias reais de mulheres reais que ousaram surpreender as expectativas.
Hoje somos desafiadas diariamente a construir uma identidade forte, mostrar confiança e determinação diante da vida, e não esperar pelo príncipe encantado que virá dar sentido à nossa vida. Porém se você já passou dos vinte anos “e ainda” não tem um namorado, então existe algo de errado com você. E por aí vai…
Percebe? A gente vive ouvindo e repassando mensagens conflitantes para pobres meninas tentando construir suas identidades. O mundo tem pedido para sermos praticamente esquizofrênicas em nossas personalidades, em nossa identidade!
Por causa de todos esses pensamentos conflitantes que nos são passados, vivemos presas à armadilha do desempenho, acreditando que precisamos alcançar certos padrões para termos valor. E aí, quando não os alcançamos, nos acorrentamos ao medo de fracassar, ao medo da rejeição, vergonha e tantos outros sentimentos que tiram de nós o prazer de viver plenamente nossa feminilidade.
Nós aqui do Karíssimas já falamos bastante este mês. Agora gostaríamos muito de ouvir de vocês: Durante sua vida, desse universo de mensagens diretas ou indiretas, de educação formal ou informal, quais foram as verdades ou mentiras que vocês ouviram e que moldaram a mulher que você é hoje?
Escreva abaixo a sua experiência. Queremos ouvir sua história.
“Mulher forte demais assusta os homens e acaba sozinha”. Após crescer sendo encorajada a ser forte e nunca ser vítima da sorte, tive ouvi isso a minha vida inteira… Mas encontrei um homem corajoso que não teve medo de mim, e pelo contrário, me ama também pela minha força. 🙂
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“Você não vai se casar? A vida de solteira é muito triste e você vai acabar virando uma solteirona chata. ” Estou solteira não porque não quis me casar. Envolvida com a obra missionária, até agora entendo que Deus permitiu que eu continue solteira. Pode ser que Deus ainda tenha um casamento para mim (rs). Mas com o tempo vi que, não importa se estou casada ou solteira, mas em quem encontro minha suficiência (Cristo). Sou muito feliz vivendo da maneira que Deus tem dirigido minha vida.
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Neta de avó libanesa, cresci ouvindo “você tem de beijar o chão que seu marido pisa”… ela me obrigava a fazer o prato do marido, servir o copo do marido, agradecer o presente do marido com beijos e abraços, mesmo que eu tivesse odiado o presente. Tenho tanto trauma de ter visto minha mãe, a vida inteira, fazendo o prato do meu pai, que se há algo que não suporto é fazer o prato pra outra pessoa (a não ser que esteja doente, ou seja um incapaz, é claro.)
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